terça-feira, 19 de junho de 2012

Apenas mais uma divagação em um fim de tarde...

Às vezes paro para refletir e me espanto quando penso em como as pessoas estão cada vez mais embotadas e mecânicas...
Nas minhas caminhadas diárias - numa tentativa de fuga dos excessos - não raro sou pego olhando para o céu e frequentemente algum transeunte passa por mim, olha pra cima e comenta: "é, o tempo tá estranho hoje, né?" ou ainda "parece que vai chover logo mais". Por que diabos não passa pela cabeça de alguém que eu possa estar simplesmente contemplando o céu, observando, vislumbrando cada detalhe, cada nuance, a forma como as nuvens se revolvem e transmutam como crianças que brincam sem saber bem o que querem, despreocupadas, simplesmente pela diversão; o sol que lentamente se deita por detrás dos prédios tingindo de róseo o céu; o vôo dos pombos - sim, os pombos! - sempre unidos, como rebeldes que voam atrás de algo que lhes foi tomado. Enfim... uma infinidade de coisas se passa nos céus de uma cidade. Mas as pessoas estão ocupadas demais em seus próprios mundos atribulados, o céu só é interessante na hora de decidir entre pegar ou não um casaco antes de sair...
O que também me leva a pensar em como nossa cultura tem feito de nós seres monótonos e desatentos (alienados mesmo! e sim, isso é clichê), preocupados demais com tudo, sem atenção à nada, contudo. 
As pessoas acordam pensando no que farão no trabalho; caminham pensando no que fazer para a janta; comem assistindo à tv; 
filmes cheios de intervalos, para que você se desligue da história e pense nos afazeres de casa, ou comente sobre a roupa nova da vizinha; 
mesmo nos noticiários de tv, jogam uma notícia totalmente vazia como a vitória da seleção brasileira logo em cima de uma notícia sobre a situação do país ou o genocídio na Síria, de modo que você não tem mesmo tempo de refletir sobre qualquer tipo de informação, simplesmente as engole; muitas imagens, poucas informações, muita propaganda, pouco conteudo, excesso de tudo para que não se atenha a nada
As pessoas não vivem o momento, não experienciam as coisas e, por consequência, não se preocupam mais com outrem, ou simplesmente não prestam atenção, andam pelas ruas tropeçando umas nas outras, conquistando seus objetivos sem se importar que tal objetivo possa ferir a outra pessoa
Nos encontros sociais as músicas são muito altas impossibilitando conversas mais profrundas, as luzes baixas para que não notem sofrimento no olhar, ninguém expões suas angústias, apenas vestem um sorriso embotado, gabando-se de suas aquisições e conquistas, vendendo uma felicidade que os fere por dentro;
Nos encontros familiares conversa-se sobre novela ou futebol, mas dificilmente quer-se saber o que realmente se passa na vida do outro e se o fazem é para criticar, ou ainda, se ajudam é em busca de mérito... Blá, blá, blá
Clichê, repetitivo, assombroso - à essa altura eu já me perdí nas idéias - mas foi apenas mais uma divagação em um fim de tarde 
e só me resta 
seguir caminhando...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O mais engraçado é quando gritam: Tá doido? Olha para frente!
    Mas eu confesso que já fui picada pelo bichinho da ansiedade, chamado "tempos modernos" e foi terrível arrumar um antídoto para o seu veneninho. Até reiki eu frequentei, tomei floral e participei de cristaloterapias.
    Mas somente depois de uma reflexão bem feita de mim e de dias de modorra eu fui melhorar.
    O que me faltava era PERPLEXIDADE.
    Eu tinha perdido a capacidade de ficar perplexa com a vida, com os fatos, com o simples como o tempo, por exemplo.
    A propósito, que dia lindo está hoje.
    A natureza acordou mais viva por aqui! ^^

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