domingo, 23 de maio de 2010

Breve confissão


Escrever é um pouco como vomitar, você põe pra fora tudo o que engoliu
- bom ou ruim - e não há como impedir ou controlar o fluxo das palavras, elas têm urgência e não importam-se com o espanto alheio - ou com teu próprio espanto. Muitas vezes lhe causa constrangimento e, quando atinge alguém, provoca ira. E no fim, fica sempre aquela sensação de vazio...

Anúncio de TV


[Cena.: um homem e trajes elegantes, entrando num carro de luxo, diante de uma bela mansão; óculos escuros; um reluzente sorriso amarelo estampado no rosto; movimentos mecânicos...]

* Locutor *

Veja este homem!
Este homem não parece feliz, bem sucedido e importante!?
Você também pode ser assim!
E tudo isso pelo preço de apenas uma vida!
Nós parcelamos em até 36 vezes*

* aceitamos sua alma como entrada
** ligando nos próximos 10 minutos poderá levar ainda uma personalidade inteiramente nova - super moderna - como brinde, mas corra! 2444-4000

domingo, 16 de maio de 2010

Homens-formiga


Quando paro para observá-las, percebo que as pessoas não são muito diferentes das formigas.
Seguem os seus caminhos sem saber bem o porquê, só sabem que têm de seguir, fazendo unicamente o que lhes é ordenado, sem questionar-se -
"estamos fazendo o nosso trabalho" - dizem. Correm, comem, trabalham, tropeçam, correm... alienadas. Suas vidas não são mais que um impulso alucinado e febril...
Talvez a comparação seja um tanto injusta, ao menos as formigas não se matam umas as outras por diversão...


by.: Seth Van Lorien

segunda-feira, 10 de maio de 2010

• Devaneios •

E lá está ele, o Homem-Moderno, no torpor da vida, com seu sorriso amarelo estampado na face.

A Sociedade o sufoca e ele sabe disso, e por mais que no fundo queira gritar, rebelar-se, prefere manter uma aparência bonita, "
legal", moderada - de acordo com os padrões - para que possa desfilar pelo mundo e ser aplaudido pela sociedade. Não...com certeza não quer ser mais um louco, rebelde sem causa. Gosta do prestígio, por mais que saiba que, na realidade, ninguém lhe dá a mínima.

Não sabe o que é amor, diz que este só existe nos livros e novelas. Sua vida não tem significado. Entope-se de dinheiro, bens, conhecimento, fúteis prazeres; e detém um grande círculo social para suprir um vazio em seu interior. Um vazio que o incomoda, entretanto ele finge não existir, apossando-se de tudo o que pode
-
e o que não pode!

Esse é o Homem-Moderno, um solitário em meio à multidão, sobretudo... um ser humano.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Considerações de uma observadorA...


Como estas criaturas continuam a existir? Sequer têm alma, seus corações não mais pulsam. Apenas vagam, sem destino, sem objetivos, consumindo. Consumindo a terra, consumindo a água, consumindo carne - consumindo a si mesmos!

Vejam como as coisas mudam... houve um tempo em que se acreditava que apenas Deus ou a Morte podiam tirar vidas, mas agora... são eles, as criaturas humanas...


Matam a tudo e a todos, matam sem piedade - por puro
prazer, ou talvez, curiosidade. Matam seus deuses e matam por eles. Matam a fé. Destroem nações, sonhos, esperanças. Matam o humano, a razão e aquilo a que chamam amor!

E assim seguirão, construindo seu inferno particular, e quando não houver mais nada que possam matar ou destruir...
perecerão...

Triste destino.


by.: Seth Van Lorien