terça-feira, 22 de junho de 2010

Fim de tarde


Terça-feira, fim de tarde, final de outono...
E eu aqui a observar, despreocupado, o ocaso

A brisa suave, traz um perfume adocicado, bem familiar
(
não sei bem de que)
Contrasta com o sabor forte e amargo do café
-
este que parece beber minha alma -
O céu dourado paira, impassível, ante meus olhos
Pequenas nuvens, com seus tons róseo-alaranjados, parecem dançar
Travessas, misturam-se à fumaça que exala do café

Dançam a valsa...
Tudo isso me faz pensar, por alguns instantes, que a vida é mesmo perfeita.
E por que não seria?

Tudo é tão belo, tão... mágico!
Mas não nos contentamos com a simplicidade

Precisamos complicar, atribuir um sentido a tudo, sistematizar...

Não percebemos que a vida não carece de explicação, tampouco de sentido

Mas é ela própria o sentido

Sim... a vida é perfeita, basta saber com que olhos enxergá-la.

Contudo, daqui a pouco se encerra o crepúsculo

As nuvens volvem ao seu tom lívido, quase desbotado...
E com o derradeiro raio de sol se vai o último gole de café.
Então voltarei à minha rotina, e àquilo que chamam lucidez
E tornarei a pensar e criar meus problemas imaginários
Tão humanos, tão artificiais, tão...
sem sentido
- angustiado -

Me perguntando por um sentido...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Despertar




E então ele nasceu,
como que desperto de um longo sonho,
abortando convicções e conceitos nos quais outrora ele acreditara,
um extase estonteante lhe assoma os sentidos.
Tudo parece tão novo, tão belo, tão...
real.
Ele adimira o mundo, estupefato, é a primeira vez que o vê tal como é...

Talvez não passe de mais um sonho, mas o que seria da vida sem os sonhos?