segunda-feira, 11 de abril de 2011

Divagações acerca do Amor

O que é isso a que chamamos amor? Será algo imaginário, produzido por nossas sensações e desejos? Mas se assim o for, o mundo não seria também imaginário? Assim como o amor, o mundo é aquilo que vemos, sentimos e vivenciamos - e o que projetamos para nós mesmos - e por isso é diferente para cada pessoa, o que não o torna menos real, mas muito mais impressionante.
Um sentimento
tão belo quanto a vida e tão surpreendente quanto a morte, pois nunca se sabe como ou quando acontecerá, até que lhe arrebate.

Um sentimento verdadeiro e com vontade própria, seu único desejo é entregar-se ao máximo sem esperar nada em troca, nós - egocêntricos - é que só nos contentamos ao sermos amados. Forte e expressivo, por mais que se tente omití-lo basta um olhar para que ele se revele, independente da vontade do amante.

A ciência vai dizer que o amor é produto de determindadas substâncias químicas, quando liberadas em nosso organismo; e tem um curto período de 'vida'
.
Mas como falar racionalmente de um sentimento irracional? Alguns vão dizer que o amor é um absurdo, Nietzsche dirá que há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre alguma razão na loucura. Concordo com o eterno Goethe ao dizer que "um homem de bom senso jamais comete uma loucura de pouca importância". Quero com isso dizer que o amar é loucura? Certamente! Sobretudo numa época na qual reina a insensibilidade, mas viver também não o é!?
Amor é mais do que um sentimento, mais do que este pequeno substantivo pode expressar. Amar é ato e também potencia, significa tanto e não significa nada, é algo que talvez nunca possamos explicar - ao menos não lucidamente. Amar é
sobre-viver, no sentido mesmo da palavra: viver além!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

(Cinza)


Eu aqui, sentado

Observando a chuva que cai
Mesclando pálida luz dos postes com o verde - tão vivo - das árvores, que parecem chorar
Algumas estrelas travessas espiam o mundo cá embaixo, por entre as núvens cinzentas
O som da água a se chocar contra o solo deixa-me absorto
O cheiro de terra,
O vento frio,
Os respingos d'água...
Tudo aquilo me fazia sentir tão vivo...
Transportava-me para um outro mundo
As árvores tomando lugar dos postes
O verde brotando por entre os paralelepípedos
Até as núvens pareciam vivas, reluzentes,
Encharcadas de luz!
Mas então o celular toca, uma chamada do mundo alienígena
- o mundo dos homens!
Como quem caísse da cama, fui desperto
E tudo voltou a ser como era antes
O horizonte de concreto, as núvens de fumaça,
O solo cinza manchado de óleo
- tudo tão sem graça.
Impregnado de concreto e cinza

Cinza... por toda parte!