quarta-feira, 23 de abril de 2014

terça-feira, 19 de junho de 2012

Apenas mais uma divagação em um fim de tarde...

Às vezes paro para refletir e me espanto quando penso em como as pessoas estão cada vez mais embotadas e mecânicas...
Nas minhas caminhadas diárias - numa tentativa de fuga dos excessos - não raro sou pego olhando para o céu e frequentemente algum transeunte passa por mim, olha pra cima e comenta: "é, o tempo tá estranho hoje, né?" ou ainda "parece que vai chover logo mais". Por que diabos não passa pela cabeça de alguém que eu possa estar simplesmente contemplando o céu, observando, vislumbrando cada detalhe, cada nuance, a forma como as nuvens se revolvem e transmutam como crianças que brincam sem saber bem o que querem, despreocupadas, simplesmente pela diversão; o sol que lentamente se deita por detrás dos prédios tingindo de róseo o céu; o vôo dos pombos - sim, os pombos! - sempre unidos, como rebeldes que voam atrás de algo que lhes foi tomado. Enfim... uma infinidade de coisas se passa nos céus de uma cidade. Mas as pessoas estão ocupadas demais em seus próprios mundos atribulados, o céu só é interessante na hora de decidir entre pegar ou não um casaco antes de sair...
O que também me leva a pensar em como nossa cultura tem feito de nós seres monótonos e desatentos (alienados mesmo! e sim, isso é clichê), preocupados demais com tudo, sem atenção à nada, contudo. 
As pessoas acordam pensando no que farão no trabalho; caminham pensando no que fazer para a janta; comem assistindo à tv; 
filmes cheios de intervalos, para que você se desligue da história e pense nos afazeres de casa, ou comente sobre a roupa nova da vizinha; 
mesmo nos noticiários de tv, jogam uma notícia totalmente vazia como a vitória da seleção brasileira logo em cima de uma notícia sobre a situação do país ou o genocídio na Síria, de modo que você não tem mesmo tempo de refletir sobre qualquer tipo de informação, simplesmente as engole; muitas imagens, poucas informações, muita propaganda, pouco conteudo, excesso de tudo para que não se atenha a nada
As pessoas não vivem o momento, não experienciam as coisas e, por consequência, não se preocupam mais com outrem, ou simplesmente não prestam atenção, andam pelas ruas tropeçando umas nas outras, conquistando seus objetivos sem se importar que tal objetivo possa ferir a outra pessoa
Nos encontros sociais as músicas são muito altas impossibilitando conversas mais profrundas, as luzes baixas para que não notem sofrimento no olhar, ninguém expões suas angústias, apenas vestem um sorriso embotado, gabando-se de suas aquisições e conquistas, vendendo uma felicidade que os fere por dentro;
Nos encontros familiares conversa-se sobre novela ou futebol, mas dificilmente quer-se saber o que realmente se passa na vida do outro e se o fazem é para criticar, ou ainda, se ajudam é em busca de mérito... Blá, blá, blá
Clichê, repetitivo, assombroso - à essa altura eu já me perdí nas idéias - mas foi apenas mais uma divagação em um fim de tarde 
e só me resta 
seguir caminhando...

terça-feira, 6 de março de 2012

Mais do mesmo...


Assistindo à tv no meu horário de almoço no serviço (um dos poucos momentos em que assisto à tv) chego a me assustar com a torrente de propagandas, com suas ofertas, slogans e vinhetas e, no entanto, todas anunciam as mesmas coisas... e de fato, as pessoas são cada vez mais iguais, pensamentos iguais, roupas iguais, gostos iguais, interesses iguais...
então eu penso em como a indústria e o marketing vêm exercendo poder sobre as pessoas, por meio da propaganda e da supervalorização dos nomes - marcas, status - e da imagem. Por que nos deixamos influenciar tanto? Por que deixamos que façam nossas escolhas por nós?
Temos vivido uma época de incertezas e inseguranças, de modo que, creio eu, procuramos evitar ao máximo as escolhas. Queremos certezas, ideias prontas e fixas, algo em que possamos confiar sem medo e a sociedade de massas nos proporciona isso. Melhor que isso! Fazem nossas escolhas por nós e fazem-nos acreditar que nós mesmos as fizemos...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Comédia (?)


Dentro de nós, todos nos sentimos como loucos - torpes e barulhentos. O palhaço torna visível esse sentimento, essa coisa grotesca e discrepante, e por isso rimos... como uma defesa contra o reconhecmento de nossa própria loucura.

O palhaço é um piadista, não por contar piadas sobre papagaios ou por fazer caretas engraçadas, mas por acreditar num mundo onde as pessoas sejam felizes e riam verdadeiramente. Suas caretas são uma reação ao mundo dito normal. O palhaço zomba do mundo, o palhaço discrepa! Rompe com os padrões morais, Rí e chora ao mesmo tempo - às vezes silencia - e seu riso e seu choro são os mais sinceros.... assim como seu silêncio.

Outro tipo de palhaço é o coringa, aquele que não pertence a naipe nenhum, não é nenhuma carta e, não obstante, pode ser qualquer carta. Estando no jogo sem pertencer, propriamente, a ele.

Sejamos então coringas, palhaços, bobos da corte, por acreditarmos no amor e na alma, por zombarmos do impossível, por dispensarmos as certezas, e sobretudo, por acreditarmos nos sonhos. Irão rir de nós, certamente, mas não é esse o nosso papel?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Tomada de consciência (?)


"Eu sou!"

Eis o grande pensamento. Uma afirmação que, no entanto, traz consigo duas outras perguntas básicas:
Quem sou? e O que sou?

Perguntas tão simples, muitos diriam mesmo ridículas, porém passamos toda a vida tentando respondê-las e, por mais que possamos chegar à algumas conclusões, talvez nunca alcancemos as verdadeiras respostas...

Por fim, percebemos que este é apenas o começo e quanto mais você procura por uma resposta, depara-se sempre com uma nova questão.


Frustrante, parece, mas é justamente isso que dá movimento à vida, não nos deixa estagnar, a sede por descobrir, a inconformidade com a ausência de respostas, a curiosidade, o devir...


Sabemos muito mais do que precisamos saber e muito pouco acerca do que realmente precisamos saber. Enfim, acabamos por perceber que a resposta, muitas vezes, está na própria pergunta...



Questione!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Onde está o Belo?


Há uma música - uma das minhas preferidas - que diz algo assim:

(Beautiful - Marillion)


"Todo mundo sabe que vivemos num onde se dão maus nomes às coisas belas
Todo mundo sabe que vivemos num mundo
onde não sabemos dar um segundo olhar às coisas belas
Os Céus sabem que vivemos num mundo onde
o que chamamos de bonito é apenas algo à venda
As pessoas riem por trás de suas mãos enquanto
não é dada à fragilidade e à sensibilidade nenhuma chance

E as folhas passam de vermelho para marrom
Para serem pisadas...
E as folhas passam do vermelho para marrom
caem ao chão, simplesmente caem ao chão

Nós não temos que viver num mundo onde
damos maus nomes às coisas belas
Nós devemos viver num mundo belo
Nós devemos dar às coisas belas uma segunda chance

E as folhas passam do vermelho para o marrom
Para serem pisadas...
E as folhas passam do verde para vermelho e marrom
Caem no chão e são chutadas...

Você é forte o bastante para ser...
Você tem fé para ser?...
Você é sensato o bastante para ser?
Honesto o bastante pra dizer...
Não precisa ser o mesmo...
Não precisa ser desta maneira
Venha e assine seu nome
Você é louco o bastante para continuar Belo
Belo...

E as folhas se passam do vermelho para marrom
Para serem pisadas...
E todos nós passamos do verde para vermelho e marrom
Caímos ao chão, nós podemos mudar isso...

Você é forte o bastante para ser...
Porquê você não se levanta e diz?
Dê um tempo a si mesmo
Irão rir de você de qualquer maneira
Então se levante e seja Belo."

Ouvindo isto, é com espanto que percebo há quanto tempo não vejo um vaga-lume. Arco-íris são cada vez mais raros e mesmo as estrelas parecem desaparecer pouco a pouco.
Estamos apagando o mundo aos poucos, tornando-o fosco. O Belo não tem mais valor. Uma árvore no outono só serve para sujar as calçadas, uma mariposa é apenas mais um 'bicho' incômodo voando em torno da lâmpada. Por do sol? O que é isso? Ah sim, no horizonte... e quem olha pro horizonte?
Crianças não brincam mais nas ruas; as pessoas não mais sabem o que é felicidade; inocência e sensibilidade são características de pessoas idiotas; originalidade é uma agressão, ser bonito é ser igual, ser correto é agir igual, ser inteligente é pensar igual... Não precisa ser assim, não temos de viver nesse mundo! É preciso ser forte para ser você mesmo, independente do que os outros pensem, independente do quão difícil possa ser. Seja Belo! Viva....

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Devaneios em um pôr-de-sol


A noite já se anuncia, enquanto isso observo, ao longe, o sol deitar-se. um ponto laranja transgredindo o horizonte; as róseas núvens a tingir o céu numa Grande Pintura, a artista - Natura - vai redesenhando a cada segundo, seus traços leves, tão vívidos, vão se aperfeiçoando no mais puro improviso...

Sinto uma sensação nostálgica, sinto-me parte disso tudo e, de repente, tudo parece claro. Nessa estranha relação onde não compreendo um mundo que não me compreende, nesse desentendimento interagimos e nos construímos um ao outro de forma quase simbiótica...

Às vezes rio de mim mesmo ao pensar que algo tão pequeno como uma pessoa possa ser de relevante importância para o mundo, então paro e me dou conta de que, mais do que uma pessoa, ela é também uma alma e a alma é ilimitada. Além do mais, qualquer coisa capaz de mudar uma vida deve ser importante e é bem verdade que todos mudamos mundos e vidas das pessoas que convivem ao nosso redor (bem como elas mudam os nossos)

Mas enfim... são apenas devaneios em um pôr-do-sol...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Divagações acerca do Amor

O que é isso a que chamamos amor? Será algo imaginário, produzido por nossas sensações e desejos? Mas se assim o for, o mundo não seria também imaginário? Assim como o amor, o mundo é aquilo que vemos, sentimos e vivenciamos - e o que projetamos para nós mesmos - e por isso é diferente para cada pessoa, o que não o torna menos real, mas muito mais impressionante.
Um sentimento
tão belo quanto a vida e tão surpreendente quanto a morte, pois nunca se sabe como ou quando acontecerá, até que lhe arrebate.

Um sentimento verdadeiro e com vontade própria, seu único desejo é entregar-se ao máximo sem esperar nada em troca, nós - egocêntricos - é que só nos contentamos ao sermos amados. Forte e expressivo, por mais que se tente omití-lo basta um olhar para que ele se revele, independente da vontade do amante.

A ciência vai dizer que o amor é produto de determindadas substâncias químicas, quando liberadas em nosso organismo; e tem um curto período de 'vida'
.
Mas como falar racionalmente de um sentimento irracional? Alguns vão dizer que o amor é um absurdo, Nietzsche dirá que há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre alguma razão na loucura. Concordo com o eterno Goethe ao dizer que "um homem de bom senso jamais comete uma loucura de pouca importância". Quero com isso dizer que o amar é loucura? Certamente! Sobretudo numa época na qual reina a insensibilidade, mas viver também não o é!?
Amor é mais do que um sentimento, mais do que este pequeno substantivo pode expressar. Amar é ato e também potencia, significa tanto e não significa nada, é algo que talvez nunca possamos explicar - ao menos não lucidamente. Amar é
sobre-viver, no sentido mesmo da palavra: viver além!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

(Cinza)


Eu aqui, sentado

Observando a chuva que cai
Mesclando pálida luz dos postes com o verde - tão vivo - das árvores, que parecem chorar
Algumas estrelas travessas espiam o mundo cá embaixo, por entre as núvens cinzentas
O som da água a se chocar contra o solo deixa-me absorto
O cheiro de terra,
O vento frio,
Os respingos d'água...
Tudo aquilo me fazia sentir tão vivo...
Transportava-me para um outro mundo
As árvores tomando lugar dos postes
O verde brotando por entre os paralelepípedos
Até as núvens pareciam vivas, reluzentes,
Encharcadas de luz!
Mas então o celular toca, uma chamada do mundo alienígena
- o mundo dos homens!
Como quem caísse da cama, fui desperto
E tudo voltou a ser como era antes
O horizonte de concreto, as núvens de fumaça,
O solo cinza manchado de óleo
- tudo tão sem graça.
Impregnado de concreto e cinza

Cinza... por toda parte!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fim de tarde

Caminho lentamente, os carros passam por mim - correndo. Um barulho estonteante, buzinas, fumaça... os pássaros voam assustados.

As pessoas têm pressa, esbarram-se umas nas outras sem mesmo perceber e, se precebem, estão com pressa demais para olhar para trás.

Cada um em seu próprio mundo, sua própria realidade, pensando em seus problemas ou na música que toca em seus mp3.

Todos têm pressa. Vão chegar em suas casas, prostrar-se ante a tv por algumas horas, antes de dormir para, no dia seguinte, recomeçarem sua vazia e monótona rotina.

E eu aqui caminhando... lentamente. Mais a frente um mendigo reparte um salgado que acabara de ganhar, com um vira-latas. Os dois brincam - alegres.

Enquanto isso, no meu mp3 toca Nando Reis "O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou..."

A música é interrompida pelo som estridente de sirenes. Um acidente! E de repente todos se esquecem de seus problemas e compromissos, sacam logo seus celulares e começam a filmar a tragédia. Pronto! Têm assunto para o resto do dia. Um tempero para suas vidas insossas.

Sigo caminhando. O sol se pondo. A brisa fria anuncia a noite que pede para chegar. Observo aquelas pessoas e tudo ao meu redor. Penso, tudo isso é absurdo! Mas é só um dia como outro qualquer.

No mp3 Lenine canta "A vida não para" e eu sigo, lenta e eternamente, caminhando...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Devaneios de alguém que ouve música...

Desilusão
A perda da inocência
O despertar para a vida
A morte do ego
- ou ainda, o nascimento do verdadeiro eu -
A sociedade vivendo como num filme
Tudo tão fictício, e no entanto
Tudo tão real

Não se pode ser mais do que aquilo que se é de fato
Entretanto, os sonhos não têm limites
E ninguém lhe pode tirar-lhes

Mas agora ele acordou
E o que vê é absurdo
Então ele percebe
O que outrora chamara de inumano
É justamente o que há de mais humano...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

• Devaneios •

Recentemente questionaram-me sobre qual modo de vida seria o melhor:

O da cigarra, que passa o verão todo cantando e se divertindo sem se preocupar com o futuro. Vive intensamente, aproveitando a cada instante o momento presente, contudo quando chega o inverno - quando as coisas se tornam difíceis - depende da boa vontade e da ajuda de outros para manter sua vida, por não ter se preparado para tal situação.

Ou o da formiga, que passa todo o verão trabalhando, dando duro, fazendo economias e planejamentos para o futuro. Aproveita pouco, porém quando o inverno chega, pode desfrutar de todo conforto e fartura, não dependendo de ninguém para viver.

Ambas possuem pontos positivos e negativos, a cigarra aparentemente mais ingênua, insensata e imatura; a formiga mais consciente e ponderada. A mim, esta última representa alienação, pensa tanto em seu futuro de modo que acaba por não viver o presente e, por mais que venha a ter conforto e riquezas, não creio que terá realmente alcançado a felicidade. Devemos viver como a cigarra, intensamente, aproveitando cada momento, cada sensação, cada nova experiência, afinal não sabemos se chegaremos ao inverno e se o alcançarmos, poderemos dizer com orgulho que já vivemos, verdadeiramente, e que fomos felizes.

Não digo que não devamos pensar no futuro, ou trabalhar por um futuro melhor, longe disso. Entre a cigarra e a formiga, opto por viver como a primeira, mas somos livres e a liberdade não consiste em poder escolher entre dois caminhos - isto é limitação - mas em criar, você mesmo, um terceiro.

Quem sou eu para dizer o melhor modo para viver? Não há receitas ou manuais de instrução para a vida, simplesmente vida. Acerte, tropece, erre, mas viva - que seja intenso!

sábado, 11 de setembro de 2010

- ¿ -


O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é - já o dizia Albert Camus

Mas qual o motivo dessa recusa, dessa auto-negação?

Será por medo, ou ainda... por vergonha?

Vergonha de assumir que é um mero animal, que em nada difere dos demais - exceto por sua estupidez racional e seu prazer pelo sofrimento alheio.

Vergonha de aceitar-se como tal e perceber que está incorrendo num grande erro - vivendo no absurdo - matando a si mesmo, destruindo a um mundo do qual faz parte.

Medo de adimitir que é movido por impulso - alucinado - e pelos mais primitivos instintos; que não é senhor de si, tampouco do meio em que vive

- medo de adimitir que não é um deus!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Obsolescência

"Sempre foram tratados como ébrios e como loucos os homens extraordinários que realizavam grandes coisas, as coisas que pareciam impossíveis" [Johann Wolfgang von Goethe]

Gostamos do conforto, da calma e da monotonia. A ideia de grandes mudanças nos assusta, pois ameaça a nossa paz, por isso reprimimos, frequentemente, os grandes sonhadores e os revolucionários. "Loucos!" - declaramos, e logo os lançamos à fogueira.

Chegamos a um estado de comodidade e obsolescência no qual só aceitamos o que é "comum" e qualquer coisa que fuja a um convencionado grau de normalidade é logo considerada absurda ou ainda impossível, e prontamente rejeitada.


Temos medo dos nossos sonhos - e ,por que não, dos sonhos de outrem -, medo do extraordinário, medo de nossa liberdade. Toda a nossa vida, e mesmo o nosso mundo, são produtos de nossas escolhas e definitivamente não queremos essa responsabilidade. Deixemos que façam as escolhas por nós, afinal, tudo o que queremos é uma vida normal e lúcida, estamos bem assim, sonhar pra quê?




"...para eles tudo é capaz de ser impossível!"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Caminhando e assobiando...



Vivendo nessa confusão de concreto e aço, em meio ao barulho, à sujeira e ao absurdo estamos nós, autômatos, trabalhando, comendo, amando e existindo -
mecânicamente.
Robôs com coração.
Respirando fumaça, engolindo álcool e gordura, sendo imagem, inventando o comum, destruindo o que não existe.

Caminhamos assobiando - ébrios - sem destino e sem sonhos
- e quem se importa? -
Seguiremos caminhando... caminhando e assobiando...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Fim de tarde


Terça-feira, fim de tarde, final de outono...
E eu aqui a observar, despreocupado, o ocaso

A brisa suave, traz um perfume adocicado, bem familiar
(
não sei bem de que)
Contrasta com o sabor forte e amargo do café
-
este que parece beber minha alma -
O céu dourado paira, impassível, ante meus olhos
Pequenas nuvens, com seus tons róseo-alaranjados, parecem dançar
Travessas, misturam-se à fumaça que exala do café

Dançam a valsa...
Tudo isso me faz pensar, por alguns instantes, que a vida é mesmo perfeita.
E por que não seria?

Tudo é tão belo, tão... mágico!
Mas não nos contentamos com a simplicidade

Precisamos complicar, atribuir um sentido a tudo, sistematizar...

Não percebemos que a vida não carece de explicação, tampouco de sentido

Mas é ela própria o sentido

Sim... a vida é perfeita, basta saber com que olhos enxergá-la.

Contudo, daqui a pouco se encerra o crepúsculo

As nuvens volvem ao seu tom lívido, quase desbotado...
E com o derradeiro raio de sol se vai o último gole de café.
Então voltarei à minha rotina, e àquilo que chamam lucidez
E tornarei a pensar e criar meus problemas imaginários
Tão humanos, tão artificiais, tão...
sem sentido
- angustiado -

Me perguntando por um sentido...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Despertar




E então ele nasceu,
como que desperto de um longo sonho,
abortando convicções e conceitos nos quais outrora ele acreditara,
um extase estonteante lhe assoma os sentidos.
Tudo parece tão novo, tão belo, tão...
real.
Ele adimira o mundo, estupefato, é a primeira vez que o vê tal como é...

Talvez não passe de mais um sonho, mas o que seria da vida sem os sonhos?

domingo, 23 de maio de 2010

Breve confissão


Escrever é um pouco como vomitar, você põe pra fora tudo o que engoliu
- bom ou ruim - e não há como impedir ou controlar o fluxo das palavras, elas têm urgência e não importam-se com o espanto alheio - ou com teu próprio espanto. Muitas vezes lhe causa constrangimento e, quando atinge alguém, provoca ira. E no fim, fica sempre aquela sensação de vazio...

Anúncio de TV


[Cena.: um homem e trajes elegantes, entrando num carro de luxo, diante de uma bela mansão; óculos escuros; um reluzente sorriso amarelo estampado no rosto; movimentos mecânicos...]

* Locutor *

Veja este homem!
Este homem não parece feliz, bem sucedido e importante!?
Você também pode ser assim!
E tudo isso pelo preço de apenas uma vida!
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* aceitamos sua alma como entrada
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domingo, 16 de maio de 2010

Homens-formiga


Quando paro para observá-las, percebo que as pessoas não são muito diferentes das formigas.
Seguem os seus caminhos sem saber bem o porquê, só sabem que têm de seguir, fazendo unicamente o que lhes é ordenado, sem questionar-se -
"estamos fazendo o nosso trabalho" - dizem. Correm, comem, trabalham, tropeçam, correm... alienadas. Suas vidas não são mais que um impulso alucinado e febril...
Talvez a comparação seja um tanto injusta, ao menos as formigas não se matam umas as outras por diversão...


by.: Seth Van Lorien

segunda-feira, 10 de maio de 2010

• Devaneios •

E lá está ele, o Homem-Moderno, no torpor da vida, com seu sorriso amarelo estampado na face.

A Sociedade o sufoca e ele sabe disso, e por mais que no fundo queira gritar, rebelar-se, prefere manter uma aparência bonita, "
legal", moderada - de acordo com os padrões - para que possa desfilar pelo mundo e ser aplaudido pela sociedade. Não...com certeza não quer ser mais um louco, rebelde sem causa. Gosta do prestígio, por mais que saiba que, na realidade, ninguém lhe dá a mínima.

Não sabe o que é amor, diz que este só existe nos livros e novelas. Sua vida não tem significado. Entope-se de dinheiro, bens, conhecimento, fúteis prazeres; e detém um grande círculo social para suprir um vazio em seu interior. Um vazio que o incomoda, entretanto ele finge não existir, apossando-se de tudo o que pode
-
e o que não pode!

Esse é o Homem-Moderno, um solitário em meio à multidão, sobretudo... um ser humano.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Considerações de uma observadorA...


Como estas criaturas continuam a existir? Sequer têm alma, seus corações não mais pulsam. Apenas vagam, sem destino, sem objetivos, consumindo. Consumindo a terra, consumindo a água, consumindo carne - consumindo a si mesmos!

Vejam como as coisas mudam... houve um tempo em que se acreditava que apenas Deus ou a Morte podiam tirar vidas, mas agora... são eles, as criaturas humanas...


Matam a tudo e a todos, matam sem piedade - por puro
prazer, ou talvez, curiosidade. Matam seus deuses e matam por eles. Matam a fé. Destroem nações, sonhos, esperanças. Matam o humano, a razão e aquilo a que chamam amor!

E assim seguirão, construindo seu inferno particular, e quando não houver mais nada que possam matar ou destruir...
perecerão...

Triste destino.


by.: Seth Van Lorien

sábado, 17 de abril de 2010

Outras considerações

Vivemos numa época na qual nos deixamos acomodar, somos manipulados a todo instante e simplesmente nos permitimos sê-lo - alienação total.
Caminha-se pelas ruas e vê-se vários 'eus'. São todos tão iguais...
- vida está em liquidação! -
mas quem falou em vida?
O homem foi coisificado, pessoas não passam de números estatísticos. Parecem robôs, com seus gestos e falas pré-programadas.
Ocupados demais para pensar, deixamos de viver na tentativa de amenizar a dor...
A vida se tornou um fardo demasiado pesado, mas não tenho tempo para pensar nisso...

by.: Seth Van lorien

domingo, 11 de abril de 2010

Considerações de um observador...

Gladiadores do segundo milênio...

Produzimos bárbaros que se degladiam em intensas e intermináveis disputas, competindo incansavelmente. Não importa o prêmio, não importa o quanto vai sangrar, o que importa é competir e, sobretudo, ganhar!



A sociedade deturpou-se. Perdeu-se o sentido da vida. Não existe mais sensibilidade e amor no homem, mas ao invés, indiferença e discórdia.


Uma sociedade onde mata-se a seus semelhantes para satisfação do ego...

Nos fizeram acreditar que a vida é uma eterna competição onde só os vencedores têm vez...

É tudo tão confuso...

by.: Seth Van Lorien

terça-feira, 23 de março de 2010

Humanidade

Quais são os nossos objetivos? Digo, enquanto sociedade. Desenvolvemos todo tipo de parafernalha tecnológica que nos tráz conforto e comodidade e torna nossas vidas mais práticas e produtivas. Para quê? Para termos mais tempo de assistirmos à TV e depois sairmos às compras? Ou para termos mais tempo para trabalhar e seguirmos produzindo, produzindo... consumindo?
O homem quer chegar a Marte. E depois? Enchê-lo de gente? Pra quê? Destruirmos mais um planeta? Um só já não basta?

Perguntas...

Qual a lógica do mundo atual? O que está havendo conosco? De onde surgiu esse ódio, essa vontade de destruir, essa sede por guerra? - Salve o homem do dinheiro! - Quem ainda quer guerra depois de tudo? E paz? O que houve com os poetas?...
E os filósofos?

Malditos seres racionais...

...cada vez mais distantes de suas origens...

...cada vez mais distantes de nós mesmos...

quarta-feira, 10 de março de 2010

•••


Quão estranha é esta vida. É com espanto que, repentinamente, torno-me consciente de minha existência, após milênios em um estado de não-existência, mal dou-me por conta de tal fato e percebo que logo retornarei a essa não-existência. Qual será então o propósito desta vida? Que faço eu aqui?

...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

• Noite Triste •


A chuva cai triste na noite fria
Executando uma profunda sonata
Suas gotas riscando a negra imensidão
A neblina baixa lenta e sorrateiramente
- qual cortina transparente -
E o mundo então é preto e branco...

A chuva cai triste na noite fria...
Cai fria na noite triste

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Selo Dardos

Gostaria de agradecer novamente à querida leitora Tatiane Rosa (http://euseiquepossovencer.blogspot.com) por ter-me indicado o selo Dardos

Regras:
1. Você terá que aceitar e colocar em seu blog, juntamente com o nome da pessoa que lhe deu o prêmio e o link do seu blog;
2. Você terá que oferecer o prêmio para 15 blogs que são merecedores deste prêmio.E não se esqueça de avisá-los sobre a indicação.
E é com prazer que eu indico os respectivos blogs:

• http://euseiquepossovencer.blogspot.com/
• http://paporeto-walacemrich.blogspot.com/
• http://jhocelincamilo.blogspot.com/
• http://palavrasdevaneios.blogspot.com/
• http://orecantodasletras.blogspot.com/
• http://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com/
• http://personarocha.blogspot.com/
• http://egotrincheiras.blogspot.com/
• http://culturaeinutilidades.blogspot.com/
• http://enigmasdocotidiano.blogspot.com/
• http://versoscontroversos.blogspot.com/
• http://semente-terra.blogspot.com/
• http://thasousa.blogspot.com/
• http://alma-poetiza.blogspot.com/
• http://lepivione.blogspot.com/

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Perplexidade


Por que os homens fazem guerra?
Por que pessoas matam-se sem pudor?
Por que há tanta maldade nesta terra?
O mundo está imerso em horror
E tudo isso tenho que ver
Sem que nada possa fazer...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

t..e..m..p..o...



Nós -
criaturas humanas - sofocamo-nos com a ideia de tempo que nós próprios criamos, nossa existência está inteiramente ligada a esse tempo - ilusório - e este está se tornando cada vez mais curto, bem como insuficiente às nossas necessidades.
Começamos a perder tempo a partir do momento em que resolvemos calculá-lo
...
Queremos sistematizar tudo e isso nos sufoca!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Por que é tão difícil parar para refletir um pouco e tentar mudar a própria realidade, ao invés de ficar-se idealizando uma realidade utópica?
Não adianta fechar os olhos, o mundo está aí tal como é - bem como a sociedade - se está insatisfeito com ele, pare de apenas reclamar ou lamentar-se e faça algo para mudá-lo, ainda que se sinta incapaz, a mudança deve começar por você!

Mas enfim... creio que essa obsessão por utopias faça parte da natureza humana, e tal é o motivo pelo qual existe a arte, sem o lúdico não passaríamos de meros selvagens...

(...às vezes penso que não faz muita diferença...)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Muros


Hoje em dia vivemos construindo muros, sejam de concreto ou conceituais, em geral para no proteger, mas proteger de quê? Se construímos muros para nos proteger dos outros quem irá nos proteger de nós mesmos?
Nos esquecemos que o mal está em nós, todo o ódio, mediocridade e revelia estão em nós - nós os criamos - e não 'do lado de fora'. Nós somos responsáveis por todas as coisas das quais tentamos nos proteger, mas criamos esses muros, talvez, para que não vejamos o mundo que nos cerca - um mundo que nós mesmos criamos - e uma sociedade que é nosso reflexo...
Vemos constantemente os problemas, conhecemos os culpados e simplesmente aceitamos, indiferentes, optando por nos escondermos atrás destes muros ou mesmo máscaras. Nós eh que somos os culpados, cúmplices de um 'crime humanista'...

Acabamos esquecendo a essência da vida, agimos sem pensar, só se quer fugir ou se esconder - de si próprio até - e acabamos não vivendo, apenas existindo e fazendo de nossa existência um fardo demasiado grande e pesado...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Farsa evolutiva


Por que a maioria das pessoas crê que, de algum modo, os seres humanos são superiores aos demais seres vivos?
Toda essa auto-valorização humana começou quando nos demos conta de nossa alta capacidade intelectual que, juntamente com uma leve dose de crueldade - que nos é inerente - parecia nos dar direitos irrestritos sobre todo tipo de existência
(animal, vegetal, etc...)

Não há nada mais ridículo e ilusório do que toda essa prepotência, afinal de que nos adianta este cérebro super desenvolvido? Para criarmos bombas atômicas, manipularmos uns aos outros, ou ainda, destruirmos nosso próprio habitat?
Não compreendo como podemos ser tão evoluídos se para sobrevivermos precisamos modificar todo o planeta, cobrindo-o com concreto e estruturas artificiais, ao invés de simplesmente nos adaptarmos ao meio, como os demais seres vivos. Será isso de fato evolução?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ecos da solidão...


Escutar a si mesmo é difícil, pois tal ato requer outra habilidade ainda mais difícil, a de ficar a sós consigo mesmo. O ser humano tem medo da solidão, prefere muitas vezes, a companhia de alguém que lhe desagrada a ficar a sós consigo. Creio que talvez tenhamos medo de nos depararmos com algum estranho e percebermos que se trata de nós mesmos...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Comunhão



Era um dia como outro qualquer, o sonhador estava caminhando num parque, fazia sol, entretanto, inesperadamente começou a chover, as pessoas ali presentes começaram a correr na tentativa de proteger-se da chuva. O tempo fechou, chovia bastante. O sonhador parou, resolveu permanecer ali. A água percorria todo seu corpo, parecia lavar sua alma. Toda aquela chuva, o vento, os trovões... O sonhador sentia-se vivo.

Sim, ele estava vivo!

Fechou os olhos, abriu os braços e agradeceu

- ele encontrou a resposta!

E então tornou-se parte de tudo aquilo...

Tornou-se a natureza, a paisagem, o mundo...

A vida!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Estagnado


Dia de domingo
E eu aqui
Sentado nesta poltrona
Diante de uma velha tv
Olho para ela, sem prestar muita atenção
Trocando de canal
- mecânicamente
Imagens passando...
Explosões... tiroteios
Vermelho!
Gritos... mentiras
Âmbar!
Risos... lágrimas
Preto e branco!
Imagens do tempo
Imagens desse momento
- atemporal
Passando na tela
de uma tv
sem sinal...

Reflexão

"Buscas a perfeição? Não sejas vulgar... A autenticidade é muito mais difícil" [Mario Quintana]

Vivemos num mundo de narcisismo extremo, onde todos querem ser os melhores, todos querem o destaque, não por competência, tampouco por amor ao que fazem, mas pelo simples prazer de afirmarem-se superiores...

Devaneio


Será que esse tal FIM existe, de fato?
Não me refiro ao tão "badalado" fim do mundo, mas ao fim propriamente dito.
Como o fim das estórias ou dos poemas, ou ainda o fim da vida...


Não sei... desconfio de que haja apenas o começo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Silêncio

E a tristeza - que assino com um sorriso
Do silêncio que aprisiona o eco das palavras repetidas
Entre as formas e as falhas do impreciso
Dos poetas preenche-lhes as vidas


by.: Seth Van Lorien

Eterna magia

Vivendo sempre a existir
O poeta a se calar
Poesia que fala por si
Eterna magia, eterno cantar!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Medo

Medo...
sentimento que nos mata sem que nos demos conta
Medo de arriscar o certo pelo incerto em busca de um sonho
Medo...
que nos faz preferir as certezas daquilo a que chamamos razão
à um mar de tempestuosas emoções e volúpias indomáveis
Exatamente aquelas que nos levam um sorriso às faces
e acendem uma vívida chama em nossos olhos...
Medo de expôr os sentimentos
Medo de se entregar
Medo de escolher um caminho, de tropeçar
Medo este que nos faz esquecer de que
viver é mais do que simplesmente respirar!

•••

Não há certo ou errado, há apenas o que nos parece certo ou errado, logo, não há uma verdade absoluta, mas a verdade de cada um...


...ou seria a mentira de cada um?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Na estação


O velho chega à estação de metrô -
Não vê ninguém...
Caminha calma e suavemente até um banco -
Senta.
E põe-se pacientemente a esperar
Observando a profunda escuridão do túnel
O trem chega
O velho o vislumbra por alguns instantes
E então caminha - calma e suavemente -
Em direção ao trem - suspira -
Entra.
O trem se vai -
Esvaece na profunda escuridão do túnel...


by.: Seth Van Lorien

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Desbravadores

Outono:
as folhas cadentes
velejando, errantes
- deslizando suavemente
por sobre as ondas do vento -
a explorar o mundo...

sábado, 7 de novembro de 2009

Uni-verso

É noite

E com ela a lua
alta, imponente, nua...
Discreta, porém radiante
- a lua minguante.

Qual jovens inconsequentes
em volúpias frementes
as estrelas tremeluzindo
com enlevado sorriso.

E o sonhador extasiado
apenas observa, admirado
todo o uni-verso
numa poça - neste verso.


Agradecimento... e retribuição

Bem, estou abrindo esta exceção, pois gostaria de agradecer à tão querida sonhadora (=þ) Thatyane Rosa (http://euseiquepossovencer.blogspot.com), por indicar-me o "Selo Master"





As regras dizem que os ganhadores deverão eleger 5 blogs para receber este selo, entre os mais votados será feita uma enquete Master para eleger os futuros ganhadores do selo master, e ainda, os 5 eleitos deverão estar constando como resposta a este post.





E é com muito prazer que indico:
http://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com/
http://euseiquepossovencer.blogspot.com/
http://alma-poetiza.blogspot.com/
http://planetabandonado.blogspot.com/
http://semente-terra.blogspot.com/

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

• Multiplicidade •

Minha alma, que eu julgava Una
Em mil pedaços vejo-a dividida
- qual um mosaico -
Compartilhando uma só vida

Fragmentos de uma entrevista: Revelações

Muitos pensam que escondo-me em cemitérios ou lugares sombrios - bobagem!
Gosto é dos bosques...
Apreciar o ocaso - quando o mundo se torna dourado
(lembra-me o outono, e como me agrada aquela estação...)
*por alguns instantes, seus olhos profundos perdem- se ao longe*

Por vezes habitei os corações humanos
- e lá permanecia até chegada a hora de revelar-me -
Porém, estes tornaram-se demasiado sombrios - gélidos!
(e cá entre nós, não me sinto muito à vontade em lugares onde não se possa ver o horizonte)

[...]

by.: Seth Van Lorien

domingo, 1 de novembro de 2009

• Assim Caminha a Humanidade •

Assim caminha a humanidade
Vivendo na pressa e insanidade
Louvando a um deus - é este o dinheiro
Seu poder se espalha pelo mundo inteiro
Causando morte e destruição
Provedor do ódio e da ambição

Criamos coisas para nos servir
São estas agora que nos vão destruir
Tecnologia, dinheiro, capitalismo
Fazem-nos máquinas do consumismo
Status, conforto e poder
Até matamos para tudo ter

E assim caminha a humanidade
Triste, porém verdade
Triste que seja assim
Caminhamos direto pro fim

by.: Seth Van Lorien

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

• [...] •

É noite
O jovem sonhador a observar da janela
o negro céu que o envolve
nas profundezas do infinito.
Súbito, ele mergulha!
Por entre as estrelas tremeluzentes
pairam incontáveis
sonhos esquecidos,
palavras atiradas ao vento,
poemas não escritos...
E ao longe, bem lá no fundo
brilha algo
é uma palavra.
O sonhador - extasiado - nada em sua direção...
Está se aproximando...
...
- o brilho agora é intenso -
...
acorda.