sábado, 4 de dezembro de 2010

Fim de tarde

Caminho lentamente, os carros passam por mim - correndo. Um barulho estonteante, buzinas, fumaça... os pássaros voam assustados.

As pessoas têm pressa, esbarram-se umas nas outras sem mesmo perceber e, se precebem, estão com pressa demais para olhar para trás.

Cada um em seu próprio mundo, sua própria realidade, pensando em seus problemas ou na música que toca em seus mp3.

Todos têm pressa. Vão chegar em suas casas, prostrar-se ante a tv por algumas horas, antes de dormir para, no dia seguinte, recomeçarem sua vazia e monótona rotina.

E eu aqui caminhando... lentamente. Mais a frente um mendigo reparte um salgado que acabara de ganhar, com um vira-latas. Os dois brincam - alegres.

Enquanto isso, no meu mp3 toca Nando Reis "O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou..."

A música é interrompida pelo som estridente de sirenes. Um acidente! E de repente todos se esquecem de seus problemas e compromissos, sacam logo seus celulares e começam a filmar a tragédia. Pronto! Têm assunto para o resto do dia. Um tempero para suas vidas insossas.

Sigo caminhando. O sol se pondo. A brisa fria anuncia a noite que pede para chegar. Observo aquelas pessoas e tudo ao meu redor. Penso, tudo isso é absurdo! Mas é só um dia como outro qualquer.

No mp3 Lenine canta "A vida não para" e eu sigo, lenta e eternamente, caminhando...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Devaneios de alguém que ouve música...

Desilusão
A perda da inocência
O despertar para a vida
A morte do ego
- ou ainda, o nascimento do verdadeiro eu -
A sociedade vivendo como num filme
Tudo tão fictício, e no entanto
Tudo tão real

Não se pode ser mais do que aquilo que se é de fato
Entretanto, os sonhos não têm limites
E ninguém lhe pode tirar-lhes

Mas agora ele acordou
E o que vê é absurdo
Então ele percebe
O que outrora chamara de inumano
É justamente o que há de mais humano...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

• Devaneios •

Recentemente questionaram-me sobre qual modo de vida seria o melhor:

O da cigarra, que passa o verão todo cantando e se divertindo sem se preocupar com o futuro. Vive intensamente, aproveitando a cada instante o momento presente, contudo quando chega o inverno - quando as coisas se tornam difíceis - depende da boa vontade e da ajuda de outros para manter sua vida, por não ter se preparado para tal situação.

Ou o da formiga, que passa todo o verão trabalhando, dando duro, fazendo economias e planejamentos para o futuro. Aproveita pouco, porém quando o inverno chega, pode desfrutar de todo conforto e fartura, não dependendo de ninguém para viver.

Ambas possuem pontos positivos e negativos, a cigarra aparentemente mais ingênua, insensata e imatura; a formiga mais consciente e ponderada. A mim, esta última representa alienação, pensa tanto em seu futuro de modo que acaba por não viver o presente e, por mais que venha a ter conforto e riquezas, não creio que terá realmente alcançado a felicidade. Devemos viver como a cigarra, intensamente, aproveitando cada momento, cada sensação, cada nova experiência, afinal não sabemos se chegaremos ao inverno e se o alcançarmos, poderemos dizer com orgulho que já vivemos, verdadeiramente, e que fomos felizes.

Não digo que não devamos pensar no futuro, ou trabalhar por um futuro melhor, longe disso. Entre a cigarra e a formiga, opto por viver como a primeira, mas somos livres e a liberdade não consiste em poder escolher entre dois caminhos - isto é limitação - mas em criar, você mesmo, um terceiro.

Quem sou eu para dizer o melhor modo para viver? Não há receitas ou manuais de instrução para a vida, simplesmente vida. Acerte, tropece, erre, mas viva - que seja intenso!

sábado, 11 de setembro de 2010

- ¿ -


O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é - já o dizia Albert Camus

Mas qual o motivo dessa recusa, dessa auto-negação?

Será por medo, ou ainda... por vergonha?

Vergonha de assumir que é um mero animal, que em nada difere dos demais - exceto por sua estupidez racional e seu prazer pelo sofrimento alheio.

Vergonha de aceitar-se como tal e perceber que está incorrendo num grande erro - vivendo no absurdo - matando a si mesmo, destruindo a um mundo do qual faz parte.

Medo de adimitir que é movido por impulso - alucinado - e pelos mais primitivos instintos; que não é senhor de si, tampouco do meio em que vive

- medo de adimitir que não é um deus!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Obsolescência

"Sempre foram tratados como ébrios e como loucos os homens extraordinários que realizavam grandes coisas, as coisas que pareciam impossíveis" [Johann Wolfgang von Goethe]

Gostamos do conforto, da calma e da monotonia. A ideia de grandes mudanças nos assusta, pois ameaça a nossa paz, por isso reprimimos, frequentemente, os grandes sonhadores e os revolucionários. "Loucos!" - declaramos, e logo os lançamos à fogueira.

Chegamos a um estado de comodidade e obsolescência no qual só aceitamos o que é "comum" e qualquer coisa que fuja a um convencionado grau de normalidade é logo considerada absurda ou ainda impossível, e prontamente rejeitada.


Temos medo dos nossos sonhos - e ,por que não, dos sonhos de outrem -, medo do extraordinário, medo de nossa liberdade. Toda a nossa vida, e mesmo o nosso mundo, são produtos de nossas escolhas e definitivamente não queremos essa responsabilidade. Deixemos que façam as escolhas por nós, afinal, tudo o que queremos é uma vida normal e lúcida, estamos bem assim, sonhar pra quê?




"...para eles tudo é capaz de ser impossível!"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Caminhando e assobiando...



Vivendo nessa confusão de concreto e aço, em meio ao barulho, à sujeira e ao absurdo estamos nós, autômatos, trabalhando, comendo, amando e existindo -
mecânicamente.
Robôs com coração.
Respirando fumaça, engolindo álcool e gordura, sendo imagem, inventando o comum, destruindo o que não existe.

Caminhamos assobiando - ébrios - sem destino e sem sonhos
- e quem se importa? -
Seguiremos caminhando... caminhando e assobiando...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Fim de tarde


Terça-feira, fim de tarde, final de outono...
E eu aqui a observar, despreocupado, o ocaso

A brisa suave, traz um perfume adocicado, bem familiar
(
não sei bem de que)
Contrasta com o sabor forte e amargo do café
-
este que parece beber minha alma -
O céu dourado paira, impassível, ante meus olhos
Pequenas nuvens, com seus tons róseo-alaranjados, parecem dançar
Travessas, misturam-se à fumaça que exala do café

Dançam a valsa...
Tudo isso me faz pensar, por alguns instantes, que a vida é mesmo perfeita.
E por que não seria?

Tudo é tão belo, tão... mágico!
Mas não nos contentamos com a simplicidade

Precisamos complicar, atribuir um sentido a tudo, sistematizar...

Não percebemos que a vida não carece de explicação, tampouco de sentido

Mas é ela própria o sentido

Sim... a vida é perfeita, basta saber com que olhos enxergá-la.

Contudo, daqui a pouco se encerra o crepúsculo

As nuvens volvem ao seu tom lívido, quase desbotado...
E com o derradeiro raio de sol se vai o último gole de café.
Então voltarei à minha rotina, e àquilo que chamam lucidez
E tornarei a pensar e criar meus problemas imaginários
Tão humanos, tão artificiais, tão...
sem sentido
- angustiado -

Me perguntando por um sentido...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Despertar




E então ele nasceu,
como que desperto de um longo sonho,
abortando convicções e conceitos nos quais outrora ele acreditara,
um extase estonteante lhe assoma os sentidos.
Tudo parece tão novo, tão belo, tão...
real.
Ele adimira o mundo, estupefato, é a primeira vez que o vê tal como é...

Talvez não passe de mais um sonho, mas o que seria da vida sem os sonhos?

domingo, 23 de maio de 2010

Breve confissão


Escrever é um pouco como vomitar, você põe pra fora tudo o que engoliu
- bom ou ruim - e não há como impedir ou controlar o fluxo das palavras, elas têm urgência e não importam-se com o espanto alheio - ou com teu próprio espanto. Muitas vezes lhe causa constrangimento e, quando atinge alguém, provoca ira. E no fim, fica sempre aquela sensação de vazio...

Anúncio de TV


[Cena.: um homem e trajes elegantes, entrando num carro de luxo, diante de uma bela mansão; óculos escuros; um reluzente sorriso amarelo estampado no rosto; movimentos mecânicos...]

* Locutor *

Veja este homem!
Este homem não parece feliz, bem sucedido e importante!?
Você também pode ser assim!
E tudo isso pelo preço de apenas uma vida!
Nós parcelamos em até 36 vezes*

* aceitamos sua alma como entrada
** ligando nos próximos 10 minutos poderá levar ainda uma personalidade inteiramente nova - super moderna - como brinde, mas corra! 2444-4000

domingo, 16 de maio de 2010

Homens-formiga


Quando paro para observá-las, percebo que as pessoas não são muito diferentes das formigas.
Seguem os seus caminhos sem saber bem o porquê, só sabem que têm de seguir, fazendo unicamente o que lhes é ordenado, sem questionar-se -
"estamos fazendo o nosso trabalho" - dizem. Correm, comem, trabalham, tropeçam, correm... alienadas. Suas vidas não são mais que um impulso alucinado e febril...
Talvez a comparação seja um tanto injusta, ao menos as formigas não se matam umas as outras por diversão...


by.: Seth Van Lorien

segunda-feira, 10 de maio de 2010

• Devaneios •

E lá está ele, o Homem-Moderno, no torpor da vida, com seu sorriso amarelo estampado na face.

A Sociedade o sufoca e ele sabe disso, e por mais que no fundo queira gritar, rebelar-se, prefere manter uma aparência bonita, "
legal", moderada - de acordo com os padrões - para que possa desfilar pelo mundo e ser aplaudido pela sociedade. Não...com certeza não quer ser mais um louco, rebelde sem causa. Gosta do prestígio, por mais que saiba que, na realidade, ninguém lhe dá a mínima.

Não sabe o que é amor, diz que este só existe nos livros e novelas. Sua vida não tem significado. Entope-se de dinheiro, bens, conhecimento, fúteis prazeres; e detém um grande círculo social para suprir um vazio em seu interior. Um vazio que o incomoda, entretanto ele finge não existir, apossando-se de tudo o que pode
-
e o que não pode!

Esse é o Homem-Moderno, um solitário em meio à multidão, sobretudo... um ser humano.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Considerações de uma observadorA...


Como estas criaturas continuam a existir? Sequer têm alma, seus corações não mais pulsam. Apenas vagam, sem destino, sem objetivos, consumindo. Consumindo a terra, consumindo a água, consumindo carne - consumindo a si mesmos!

Vejam como as coisas mudam... houve um tempo em que se acreditava que apenas Deus ou a Morte podiam tirar vidas, mas agora... são eles, as criaturas humanas...


Matam a tudo e a todos, matam sem piedade - por puro
prazer, ou talvez, curiosidade. Matam seus deuses e matam por eles. Matam a fé. Destroem nações, sonhos, esperanças. Matam o humano, a razão e aquilo a que chamam amor!

E assim seguirão, construindo seu inferno particular, e quando não houver mais nada que possam matar ou destruir...
perecerão...

Triste destino.


by.: Seth Van Lorien

sábado, 17 de abril de 2010

Outras considerações

Vivemos numa época na qual nos deixamos acomodar, somos manipulados a todo instante e simplesmente nos permitimos sê-lo - alienação total.
Caminha-se pelas ruas e vê-se vários 'eus'. São todos tão iguais...
- vida está em liquidação! -
mas quem falou em vida?
O homem foi coisificado, pessoas não passam de números estatísticos. Parecem robôs, com seus gestos e falas pré-programadas.
Ocupados demais para pensar, deixamos de viver na tentativa de amenizar a dor...
A vida se tornou um fardo demasiado pesado, mas não tenho tempo para pensar nisso...

by.: Seth Van lorien

domingo, 11 de abril de 2010

Considerações de um observador...

Gladiadores do segundo milênio...

Produzimos bárbaros que se degladiam em intensas e intermináveis disputas, competindo incansavelmente. Não importa o prêmio, não importa o quanto vai sangrar, o que importa é competir e, sobretudo, ganhar!



A sociedade deturpou-se. Perdeu-se o sentido da vida. Não existe mais sensibilidade e amor no homem, mas ao invés, indiferença e discórdia.


Uma sociedade onde mata-se a seus semelhantes para satisfação do ego...

Nos fizeram acreditar que a vida é uma eterna competição onde só os vencedores têm vez...

É tudo tão confuso...

by.: Seth Van Lorien

terça-feira, 23 de março de 2010

Humanidade

Quais são os nossos objetivos? Digo, enquanto sociedade. Desenvolvemos todo tipo de parafernalha tecnológica que nos tráz conforto e comodidade e torna nossas vidas mais práticas e produtivas. Para quê? Para termos mais tempo de assistirmos à TV e depois sairmos às compras? Ou para termos mais tempo para trabalhar e seguirmos produzindo, produzindo... consumindo?
O homem quer chegar a Marte. E depois? Enchê-lo de gente? Pra quê? Destruirmos mais um planeta? Um só já não basta?

Perguntas...

Qual a lógica do mundo atual? O que está havendo conosco? De onde surgiu esse ódio, essa vontade de destruir, essa sede por guerra? - Salve o homem do dinheiro! - Quem ainda quer guerra depois de tudo? E paz? O que houve com os poetas?...
E os filósofos?

Malditos seres racionais...

...cada vez mais distantes de suas origens...

...cada vez mais distantes de nós mesmos...

quarta-feira, 10 de março de 2010

•••


Quão estranha é esta vida. É com espanto que, repentinamente, torno-me consciente de minha existência, após milênios em um estado de não-existência, mal dou-me por conta de tal fato e percebo que logo retornarei a essa não-existência. Qual será então o propósito desta vida? Que faço eu aqui?

...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

• Noite Triste •


A chuva cai triste na noite fria
Executando uma profunda sonata
Suas gotas riscando a negra imensidão
A neblina baixa lenta e sorrateiramente
- qual cortina transparente -
E o mundo então é preto e branco...

A chuva cai triste na noite fria...
Cai fria na noite triste

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Selo Dardos

Gostaria de agradecer novamente à querida leitora Tatiane Rosa (http://euseiquepossovencer.blogspot.com) por ter-me indicado o selo Dardos

Regras:
1. Você terá que aceitar e colocar em seu blog, juntamente com o nome da pessoa que lhe deu o prêmio e o link do seu blog;
2. Você terá que oferecer o prêmio para 15 blogs que são merecedores deste prêmio.E não se esqueça de avisá-los sobre a indicação.
E é com prazer que eu indico os respectivos blogs:

• http://euseiquepossovencer.blogspot.com/
• http://paporeto-walacemrich.blogspot.com/
• http://jhocelincamilo.blogspot.com/
• http://palavrasdevaneios.blogspot.com/
• http://orecantodasletras.blogspot.com/
• http://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com/
• http://personarocha.blogspot.com/
• http://egotrincheiras.blogspot.com/
• http://culturaeinutilidades.blogspot.com/
• http://enigmasdocotidiano.blogspot.com/
• http://versoscontroversos.blogspot.com/
• http://semente-terra.blogspot.com/
• http://thasousa.blogspot.com/
• http://alma-poetiza.blogspot.com/
• http://lepivione.blogspot.com/

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Perplexidade


Por que os homens fazem guerra?
Por que pessoas matam-se sem pudor?
Por que há tanta maldade nesta terra?
O mundo está imerso em horror
E tudo isso tenho que ver
Sem que nada possa fazer...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

t..e..m..p..o...



Nós -
criaturas humanas - sofocamo-nos com a ideia de tempo que nós próprios criamos, nossa existência está inteiramente ligada a esse tempo - ilusório - e este está se tornando cada vez mais curto, bem como insuficiente às nossas necessidades.
Começamos a perder tempo a partir do momento em que resolvemos calculá-lo
...
Queremos sistematizar tudo e isso nos sufoca!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Por que é tão difícil parar para refletir um pouco e tentar mudar a própria realidade, ao invés de ficar-se idealizando uma realidade utópica?
Não adianta fechar os olhos, o mundo está aí tal como é - bem como a sociedade - se está insatisfeito com ele, pare de apenas reclamar ou lamentar-se e faça algo para mudá-lo, ainda que se sinta incapaz, a mudança deve começar por você!

Mas enfim... creio que essa obsessão por utopias faça parte da natureza humana, e tal é o motivo pelo qual existe a arte, sem o lúdico não passaríamos de meros selvagens...

(...às vezes penso que não faz muita diferença...)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Muros


Hoje em dia vivemos construindo muros, sejam de concreto ou conceituais, em geral para no proteger, mas proteger de quê? Se construímos muros para nos proteger dos outros quem irá nos proteger de nós mesmos?
Nos esquecemos que o mal está em nós, todo o ódio, mediocridade e revelia estão em nós - nós os criamos - e não 'do lado de fora'. Nós somos responsáveis por todas as coisas das quais tentamos nos proteger, mas criamos esses muros, talvez, para que não vejamos o mundo que nos cerca - um mundo que nós mesmos criamos - e uma sociedade que é nosso reflexo...
Vemos constantemente os problemas, conhecemos os culpados e simplesmente aceitamos, indiferentes, optando por nos escondermos atrás destes muros ou mesmo máscaras. Nós eh que somos os culpados, cúmplices de um 'crime humanista'...

Acabamos esquecendo a essência da vida, agimos sem pensar, só se quer fugir ou se esconder - de si próprio até - e acabamos não vivendo, apenas existindo e fazendo de nossa existência um fardo demasiado grande e pesado...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Farsa evolutiva


Por que a maioria das pessoas crê que, de algum modo, os seres humanos são superiores aos demais seres vivos?
Toda essa auto-valorização humana começou quando nos demos conta de nossa alta capacidade intelectual que, juntamente com uma leve dose de crueldade - que nos é inerente - parecia nos dar direitos irrestritos sobre todo tipo de existência
(animal, vegetal, etc...)

Não há nada mais ridículo e ilusório do que toda essa prepotência, afinal de que nos adianta este cérebro super desenvolvido? Para criarmos bombas atômicas, manipularmos uns aos outros, ou ainda, destruirmos nosso próprio habitat?
Não compreendo como podemos ser tão evoluídos se para sobrevivermos precisamos modificar todo o planeta, cobrindo-o com concreto e estruturas artificiais, ao invés de simplesmente nos adaptarmos ao meio, como os demais seres vivos. Será isso de fato evolução?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ecos da solidão...


Escutar a si mesmo é difícil, pois tal ato requer outra habilidade ainda mais difícil, a de ficar a sós consigo mesmo. O ser humano tem medo da solidão, prefere muitas vezes, a companhia de alguém que lhe desagrada a ficar a sós consigo. Creio que talvez tenhamos medo de nos depararmos com algum estranho e percebermos que se trata de nós mesmos...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Comunhão



Era um dia como outro qualquer, o sonhador estava caminhando num parque, fazia sol, entretanto, inesperadamente começou a chover, as pessoas ali presentes começaram a correr na tentativa de proteger-se da chuva. O tempo fechou, chovia bastante. O sonhador parou, resolveu permanecer ali. A água percorria todo seu corpo, parecia lavar sua alma. Toda aquela chuva, o vento, os trovões... O sonhador sentia-se vivo.

Sim, ele estava vivo!

Fechou os olhos, abriu os braços e agradeceu

- ele encontrou a resposta!

E então tornou-se parte de tudo aquilo...

Tornou-se a natureza, a paisagem, o mundo...

A vida!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Estagnado


Dia de domingo
E eu aqui
Sentado nesta poltrona
Diante de uma velha tv
Olho para ela, sem prestar muita atenção
Trocando de canal
- mecânicamente
Imagens passando...
Explosões... tiroteios
Vermelho!
Gritos... mentiras
Âmbar!
Risos... lágrimas
Preto e branco!
Imagens do tempo
Imagens desse momento
- atemporal
Passando na tela
de uma tv
sem sinal...

Reflexão

"Buscas a perfeição? Não sejas vulgar... A autenticidade é muito mais difícil" [Mario Quintana]

Vivemos num mundo de narcisismo extremo, onde todos querem ser os melhores, todos querem o destaque, não por competência, tampouco por amor ao que fazem, mas pelo simples prazer de afirmarem-se superiores...

Devaneio


Será que esse tal FIM existe, de fato?
Não me refiro ao tão "badalado" fim do mundo, mas ao fim propriamente dito.
Como o fim das estórias ou dos poemas, ou ainda o fim da vida...


Não sei... desconfio de que haja apenas o começo